sábado, 18 de agosto de 2012

Experiência que veio do espaço



No último dia das mães ganhei um presente diferente: uma matéria no Jornal O Globo Barra. Foi maravilhoso ver o meu trabalho sendo reconhecido e divulgado. Há quase seis anos venho trabalhando com o método de terapia intensiva e Pediasuit, é como um sonho ver pessoas se beneficiando deste método na minha cidade.
O personagem principal da matéria se chama João Pedro, tem seis anos de muita astúcia e doçura. João nasceu prematuro com 600 gramas e teve encefalopatia crônica da infância devido a anóxia. Depois de ter tido um prognóstico de ter vida vegetativa, João e seus dedicados pais Denilson e Janaína travaram uma importante luta: mudar as regras do jogo.
Quando João Pedro chegou á nossa clínica, ele não conseguia se sentar no banco sozinho, nem com apoio. Tinha déficit total de equilíbrio e insegurança gravitacional, além de óbvio, um medo imenso de cair. João mantinha os punhos fechados e usava muito a musculatura do pescoço para estender os braços contra a gravidade.
No aspecto cognitivo, Joãozinho é mestre. Chegou falando os nomes dos jogadores do Flamengo ( seu time de coração) e de jogadores de outros times, queria fazer o corte tipo Neymar mas para isso decidiu deixar primeiro o cabelo crescer.
Hoje, depois de um mês de terapia intensiva e um mês de manutenção, João Pedro é outra criança. Ele já senta sozinho no banquinho com apoio de uma mão enquanto que, com a outra manipula um objeto . Arrisca bater palmas por alguns segundos e segurar o arco do pilates, está com o tônus mais adequado e segundo Janaína escala o  sofá da casa, para chegar aos móveis, está impossível.

Da minha parte, sinto que o João Pedro está cada dia mais feliz, esperto e irreverente. A última tirada dele foi quando eu disse: - Joãozinho, não sei o que farei se o meu gato morrer, no que ele me respondeu: - Ué tia Lucia, enterra. 


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Ser diferente é normal.


Esta semana recebi um email de uma aluna com um arquivo em anexo que dizia: ser diferente é normal, cliquei várias vezes e não consegui abrir. Curiosa como sou, fiquei pensando do que se tratava. Conheço um vídeo que fala sobre este tema e mostra crianças com Síndrome de Down que, em uma competição, param para ajudar o concorrente a chegar ao final junto com elas, sem se importarem em vencer.
 A maioria das crianças com Síndrome de Down apresenta algumas características fisionômicas tais como: olhos puxados, orelhas rebaixadas e língua protusa; porém, no aspecto motor, o que mais notamos é uma hipotonia generalizada, joelho varo , hipo-reatividade e diminuição do nível de alerta.
Os marcos motores são freqüentemente alcançados porém num tempo diferente. Algumas precisam de tratamento diferenciado para treino de equilíbrio, força e concentração.

 Tips: 
Trabalhar com uma plataforma instável ajuda a aumentar o nível de alerta e tônus muscular. O uso da esteira para treino de marcha colabora com o fortalecimento de músculos importantes tais como quadríceps, glúteo médio, glúteo máximo e gastrocnêmios.

Tratar essas crianças é um presente. No geral, elas são colaborativas e compreendem bem o que queremos, aprendem rápido e sabem muito bem o que querem. Elas são diferentes, mas, quem não é?

Eu sou curiosa, minha aluna é dedicada e você que esta lendo este blog?

"A diversidade é a maior riqueza da natureza, respeitá-la é o maior dos desafios". Lucia Queiroz

                                         

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

ENSINANDO E APRENDENDO









Como diz nosso amigo Wikicionário Ensinar significa: ajudar  alguém a adquirir determinado conhecimento ou transmitir conhecimento como profissão. Nesse último fim de semana passei “ensinando”, em Blumenau (Santa Catarina) na Instituição APAE (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais) fomos Eu e Eileen (Proprietária da Therapies4Kids na Flórida/EUA) dar aula sobre o Método de Terapia Intensiva com PediaSuit, para Fisioterapeutas de Blumenau e de outras cidades do Brasil. Porém as pessoas que constituem a APAE “todos” me surpreenderam: a Infra-estrutura a organização, os planejamentos dos programas como inclusão, socialização, simplesmente muito profissionalismo e tudo realizado com muito AMOR.


Tenho a experiência de conhecer outras escolas sem fins lucrativos fora do Brasil, e não me lembro de ter encontrado em nenhuma delas, o mesmo porte da APAE de Blumenau, visitei as salas onde as crianças produzem artes como tapeçarias, costura,  além de cultivarem hortas “uhhh aprecio muito tudo isso” , achei muito interessante o projeto de padaria onde eles podem fazer pães e sobremesas.
Os profissionais são muito competentes e estão sempre em busca de melhorar a qualidade do atendimento para crianças , adolescentes e adultos.
Através deste novo tratamento com o uso da Spider Cage, as crianças terão mais chances de exercitar músculos fracos, treinar equilíbrio, marcha etc.
Ganham todos: fisioterapeutas, crianças, pais e a comunidade que ajuda e acredita na Instituição.
O curso terminou e fiquei com uma boa sensação de que além de ter ido ensinar, aprendi muitas coisas também.

Tips: O Brasil tem várias instituições filantrópicas que tratam crianças, adultos, idosos com deficiências. Para ajudar é fácil, procure visitar algumas.  Qualquer ajuda é de grande importância.

E como diz nosso amigo Wikicionário Ensinar é ajudar alguém a adquirir determinado conhecimento e Aprender significa: ficar sabendo,   posso dizer que “ficar sabendo”de tudo isso me deixou muito feliz! Radiante!

Parabéns a Todos da APAE Blumenau e a Todos participantes do Curso da Therapies4Kids.


Para quem tem curiosidade em conhecer mais um pouco da Instituição: acessem o link da APAE http://apaeblumenau.org.br/noticias/



“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”
Cora Coralina

Postado por Lucia Queiroz às 13:10

sábado, 29 de outubro de 2011

Terapia Intensiva com o uso da Spider Cage (Gaiola)


Quando ouvimos o termo Terapia Intensiva, geralmente pensamos em uma UTI, cheia de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e equipamentos tais como ventilador mecânico, desfibrilador, etc.
Na verdade, intensivo significa trabalho redobrado e muito empenho, sejam por parte da equipe Multidisciplinar ou pelo paciente.

A Terapia Intensiva com a Spider Cage tem sido utilizada há alguns anos nos Estados Unidos, obtendo resultados bastante significativos em pacientes adultos e principalmente pediátricos, a boa notícia é que já estamos atuando aqui no Brasil com Terapia Intensiva.
A Spider Cage pode ser bem utilizada em reabilitação neurológica tais como AVC, Parkinson, Encefalopatias, Hipotonias e também em Traumato-ortopedia e Desportivo.

Através de um sistema de elásticos adaptados a um cinto, o fisioterapeuta consegue alinhar o paciente, dando mais estabilidade e possibilitando assim o fortalecimento muscular contra e a favor da gravidade, além da melhora no arco de movimento. Os elásticos ajustáveis permitem movimentos laterais, anteriores e posteriores, mudando o centro de gravidade do corpo, treinando assim o sistema vestibular, cerebelar e proprioceptivo (percepção do corpo no espaço).

Tips:
O objetivo da Terapia Intensiva não é de hipertrofia e sim fortalecimento global, não há trabalho de endurance em pacientes em reabilitação, mas sim de resistência. 
O tratamento intensivo é personalizado e pode ser realizado por 1 mês, 5 vezes por semana por até quatro horas diárias. 
Esta semana começamos a tratar a Luiza, nossa paciente de Terapia Intensiva. Luiza tem Encefalopatia Crônica da Infância (paralisia cerebral), está com dois anos e meio de muita esperteza e simpatia.












Seja bem-vinda Luiza!
Sua Luz entrou no Follow Kids e tem nos iluminado! Linda!

domingo, 16 de outubro de 2011

Equilíbrio- Porque ele é importante e qual o seu papel na sala de aula?

Na semana do dia dos professores, resolvi abordar um assunto de suma importância:  equilíbrio.
 Existem várias definiçōes para este termo, mas, basicamente significa a capacidade de manter seu centro  de gravidade em uma base de suporte. O equilibrio é necessário para atividades tais como: agachar, alcancar objetos, levantar uma perna, se deslocar, etc... Mas, como saber se uma criança tem problemas de equilibrio?

Tips (dicas)
Observar a presença de:
- Base de suporte alargada ( andam ou se mantém de pé com pernas afastadas)
-Oscilação, tremores, movimentos involuntários
-Cabeça lateralizada
-Postura inadequada ( escolioses, anteriorização de pelve, pe equino)
-Ansiedade
- Reflexos primitivos, tônus muscular alterado
- Problemas visuais e/ou auditivos

O equilíbrio é influenciado pelo sistema vestibular, cerebelo, proprioceptores, sistema auditivo e visual. A integração de todos esses sistemas é,  muitas vezes prejudicada em crianças com algumas síndromes e com encefalopatias (paralisia cerebral).
Em alguns casos, pais e professores pensam que a criança tem déficit  de atenção ou falta de interesse mas, na verdade é muito difícil  para ela, se concentrar e ao mesmo tempo tentar manter-se em uma postura ereta. A criança termina por adotar a postura que lhe exija um menor gasto calórico, ocorrendo assim a piora da postura e consequentemente do equilíbrio.
Além da observação, pais e professores podem incorporar jogos e atividades que envolva a repetição de movimentos primários  tais como : engatinhar, correr, pular , rolar e, posteriormente usando os planos anatomicos do corpo ( pegar um objeto ao lado, a frente, fazer rotações).
Tão importante quanto identificar o problema, é obter acompanhamento profissional . Os benefícios para essas criancas serão incontestáveis.

Uma excelente semana a todos!!!!


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dia do Fisioterapeuta

 Hoje, 13 de outubro é dia do fisioterapeuta.
 Profissão que exige amor, dedicação, competência e, acima de tudo o desejo de ajudar ao próximo. Um  bom profissional não se faz apenas com habilidades, se faz com xícaras de conhecimento, colheres de  otimismo e pitadas de bom humor.
 Na minha opinião,  o importante é fazer diferença na vida das pessoas, porque, na nossa, tenho certeza que  já faz , um pouquinho, todos os dias.
 Feliz dia a todos os meus colegas fisioterapeutas.